Instituto de Arqueologia Brasileira - IAB
Universidade Federal Fluminense
Universidade Estadual de Campinas

Projeto Acervo Digital Piloto

Participantes:

		Helena Cristina da Gama Leitão (Docente, IC-UFF)
		Jorge Stolfi (Docente, IC-UNICAMP)

Introdução

O projeto Acervo Digital Piloto para um Museu Arqueológico foi um projeto de pesquisa, financiado pelo CNPq, que objetivou desenvolver protocolos e ferramentas de software para a construção de acervos digitais de museus arqueológicos brasileiros.

Um acervo digital é uma coleção exaustiva e sistemática de imagens digitais de um conjunto de artefatos museológicos --- históricos, artísticos, arquelógicos, paleontológicos, etc. O acervo digital é mais do que um simples catálogo ilustrado: o objetivo é digitalizar cada objeto com resolução e cobertura suficientes para atender a maioria das necessidades de pesquisadores, sem necessidade de acesso físico ao mesmo.

A coleção fotografada

Os fragmentos fotografados neste projeto são parte dos achados no sítio arqueológico do Caju, localizado no bairro do Caju (próximo ao cemitério do mesmo nome), na rua XV de Novembro, às margens do rio Paraíba do Sul, 4km do centro da cidade de Campos. O sítio foi descoberto em 1968, entretanto, as escavações se iniciaram em 1989 e se estenderam até 1991. Os trabalhos de exploração do sítio foram realizados por uma equipe de arqueólogos do IAB, liderados pelos Drs. Ondemar Dias e Eliana Teixeira de Carvalho.

Durante as escavações foram recuperadas 17 urnas (objetos inteiros). Além das urnas, foram obtidos cerca de 10.000 fragmentos de cerâmica (obtidos de 40 quadrículas, onde profundidade máxima era de 40cm). No sítio, também foram encontrados inúmeros esqueletos (enterramentos), artefatos e adornos de concha e osso. O material lítico foi pouquíssimo.

A datação da cerâmica encontrada varia de 1453 A.P. (Século V da nossa era) até 850 A.P. (Século XII da nossa era). Há também evidências de ocupação até o início da colonização.

O sítio está associado a Fase Mucuri (ainda em processo de caracterização) da Tradição Una (que se estende, pelo menos, do NO de Minas Gerais a serra do Espírito Santo). É muito difícil associar-se tradições arqueológicas com grupos indígenas atuais. Contudo, no Rio de Janeiro, possivelmente a Tradição Una está relacionada aos grupos Puri-Coroado. Quase certamente, os índios Goitacazes, que no momento da colonização ocupavam a região de Campos, também ocuparam, porteriormente o sítio (sendo que eles também podem estar relacionados aos puri-coroado). Também uma outra tribo indígena pode ter vivido na região e desaparecido sem deixar vestígios (Texeira de Carvalho 1997 e Dias Junior 1997).

(as informações técnicas do sítio foram fornecidas pelo prof.Dr. Paulo Seda, diretor do IAB)

Protocolos para aquisição de imagens

O protocolo(~600K) resultante do trabalho pressupõe que o objetivo da digitalização não construir é apenas um catálogo ilustrado da coleção, mas sim um acervo digital.

Processamento das imagens

A classificação e processamento das imagens, que ainda está em andamento, foi feita em parte na UFF e em parte na Unicamp. As 1062 imagens obtidas no IAB já foram classificadas.

O acervo-piloto

Para mais detalhes sobre o trabalho realizado consulte o relatório do projeto(~1612K) .

Agradecimentos

Agradecemos aos Drs. Ondemar Dias e Paulo Seda, da Diretoria do IAB, que forneceram a coleção e disponibilizaram as dependências da sede para as sessões de fotografia, bem como agradecer aos funcionários e pesquisadores do IAB pela atenção e cortesia dispensadas. Agradecemos também ao CNPq pelo apoio financeiro que possibilitou a aquisição do equipamento e a realização do projeto. Agradecemos ainda aos colegas e funcionários na UFF e na Unicamp --- em particular, Anna Dolejsi, Mauricio Kischinhevsky, José Ricardo Torreão, Cristina Boeres, Vinod Rebello, Ângela Dias, Izabela Couto, e Carlos Correa, pela boa-vontade com que ajudaram nosso esforço.